quarta-feira, 28 de março de 2012

Consulta a solo


Esta semana pela primeira vez eu e a Rita fomos a uma consulta no hospital sem a F. Com cinquenta sacos ás costas e a Ritinha no carrinho, após quinze minutos ás voltas nos corredores à procura do sítio correcto lá demos com a pediatria.

Quando entramos fez-se silêncio. As criancinhas, as mães e as mães que se faziam acompanhar por pais,  todos na mais santa, natural e usual ordem. Mãe com criança ou mãe e pai com criança. Nenhum pai com criança. Um bebé acompanhado pelo pai aparentemente nunca havia cruzado aqueles corredores.
Tal era o silêncio que quase conseguia ouvir os pensamentos de cada um tentando imaginar o porquê que justificasse o não haver uma mãe presente no local.
- Raptou a criança e está a tentar sair do hospital. Provavelmente irá vendê-la para o mercado externo.
- É pai solteiro. A mãe fugiu com o melhor amigo deixando a criança para trás.
- É homossexual. E este provavelmete deve ser o que faz de mulher.
- É viúvo. A mãe morreu na sala de parto após horas e horas de luta pela vida. O pai teve que optar e resolveu salvar a criança após sentidas e regadas últimas palavras da mãe rogando: "Tome bem conta de nossa filha. Lhe amo e estarei por entre as nuvens olhando por vós." Após estas palavras pereceu.

Para mal dos pecados dos presentes, a Ritinha fez um "servicinho cheiroso" bem no meio da sala de espera. Muni-me de fraldas e toalhetes e com a destreza de um barman a driblar com as garrafas troquei a fralda num abrir e fechar de olhos. As mães olharam para os maridões e rosnaram... Achei melhor sair.

Quando entramos na sala de consulta, a médica ficou à espera que a mãe entrasse atrás de nós. Olhava para a porta, olhava para mim, olhava para a porta e de novo para mim...
Quando percebeu que não ia entrar mais ninguém, recompôs-se, desapertou dois botões da camisa e soltou o cabelo. Tirou da gaveta uma lista interminável de perguntas acerca da saúde e das consultas da pimpolha e começou um questionário digno de uma série policial filmada na Arrifana.
Findas as perguntas e os exames de rotina, viemos embora hirtos e orgulhosos pela nossa recente prestação.

A Rita não chorou e eu também não, mas quando chegamos à porta do hospital que já ninguém nos via encostamo-nos à parede e suspiramos.
Esta já está. Venha a próxima!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Criança tecnologicamente avançada

A Rita deve ser um modelo avançadíssimo... Carrega rápido e faz várias actualizações ao dia.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Com direito a diploma


O 19 de Março

Hoje é dia do pai. É o dia de celebrar a paternidade, a vida e o amor. O elo que é único e irreproduzível... Blá, blá, blá...
As mães anotem e não esqueçam...
Que é dia de comprar uma prenda pró gajo!!!

Fazendo minhas as palavras do profeta...
Feliz dia do carteiro!!!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Genética


De acordo com a F., a Rita por estes dias provou irrefutavelmente ser minha filha. Assim que se viu pela primeira vez ao espelho... Deu um longo e rasgado sorriso.

Não percebi o que é que a vaidade da Rita tem a ver comigo...

terça-feira, 13 de março de 2012

É preciso é ter calma...


Qual a semelhança entre bebé com sono e mulher com os copos?

Enquanto não caem de sono não há quem os ature...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Vitaminas


Questionava-me desde o ínicio por que raio a Rita tinha que tomar vitaminas. Afinal a resposta esteve o tempo todo escrita na caixa das vitaminas, bem à frente do meu nariz.
A Rita toma vitaminas para ficar grande e alta (big and tall).

quinta-feira, 8 de março de 2012

Um mês de Ritinha


Ora então cá estamos de novo um mês depois de ter sido abruptamente sugado para um vortex de afazeres que me deixaram privado de tempo e vontade de escrever fosse o que fosse. Entre o trabalho, as formações e a Ritinha, pouco tempo sobrava e o que sobrava o sofá roubava-mo de forma indecente e irresistível.

Os dias na Maia têm vindo a ficar mais risonhos a cada novo pôr-do-sol. Cada dia que passa a gritaria recua perdendo terreno para sorrisos e mais sorrisos.
À conta dos maus hábitos criados pelos avós, a pipoca está cada vez mais mimada. Se está ao colo temos amizade, se a sentamos no sofá ou na cama, então temos problemas. Os avós por sua vez andam loucos. O avô que nunca foi de grandes paciências para bebés, volta e meia leva a Rita para passear no parque e desaparece durante horas. Acho que vou aproveitar esta dependência e cobrar dinheiro.

Entretanto durante este mês começou a comer papa e isso é o verdadeiro filme. Um filme de comédia para quem vê e de terror para quem lha dá. Sempre pensamos que com a sopa e a fruta as coisas melhorassem por ser mais apetitoso o que aparentemente foi uma vez mais um palpite que saiu furado. É um facto que tem vindo a melhorar de dia para dia e ainda que já não se compare com os primeiros dias, três metros em volta da Rita é o perímetro de segurança mínimo para quem não quiser ser atingido por projécteis a modos de cuspidela de alto calibre.

O Joka continua a dignificar a classe, anda cada vez mais próximo da Ritinha, dá-lhe lambidelas tipo lavagem automática na cara e mordisca-lhe os pés. Pessoalmente acho nojento. A boca do Joka não cheira lá muito bem, mas a sirigaita acha-lhe piada e ri-se como uma perdida. Cada vez que a aproximo do cão ela estica-se toda e faz-lhe festas, adora espetar-lhe os dedos no pêlo e fazer-lhe cócegas. Depois leva os dedos à boca, o que por si só é montes de higiénico.

Os jantares já vão tendo outra tranquilidade, já conseguimos que a cachopa se entretenha na espreguiçadeira pelo tempo útil de uma refeição rápida. Um dia destes esperamos conseguir chegar à sobremesa.
As noites que sempre foram tão tranquilas viram por estes dias horas de desassossego. Durante uma semana a Catita acordava umas dez vezes por noite. Pensei sinceramente que o estado de graça havia conhecido o seu fim e que o avanço que levavamos em relação a todos os pais que conheço se desvanecia de noite para noite. Mas tudo não passou de falso alarme, poucos dias depois tudo havia voltado ao normal e a Catita já jogava ás cartas com o João Pestana a noite toda.
Em termos de saúde anda tudo regular, a miúda está com sessenta e tal centímetros e finalmente as pessoas começam a achar (ou pelo menos a dizer, o que é simpático) que está a ficar parecida comigo.

E por agora é tudo. Com a promessa de tentar não abandonar de novo o blog me subscrevo pois tenho uma fralda para ir trocar...

P.S. Por falar em fraldas... Esse capítulo anda cheiroooooso!!!